Estar com os filhos o tempo inteiro: Eis um desafio e um privilégio. Quando estamos disponíveis a ele o tempo inteiro, ou grande parte do dia, sem terceirizar ou delegar essa tarefa de estar presente, nós mães sentimos que somos puxadas por uma força maior a sair do mundo das ideias, do mundo ideal. Se o trabalho ou as tarefas domésticas seriam feitos muito diferentemente, mais rápido e melhor, sobrando tempo para ainda mais tarefas, trabalhos e descanso (ó, amado e desconhecido!), com eles a prática é diferente. Somos acometidas sempre por algo que não estava nos planos, uma necessidade, uma vontade, uma desobediência… De alguma forma, nos sentimos resolvendo infinitas demandas em meio a um furacão. É um chamado constante à realidade, às variações (tão normais) da vida, a sair de um mundo idealizado e simplesmente “cair na real”.

“Cair na realidade” é uma das mais importantes realizações humanas! Não há meio melhor de viver a realidade para uma mulher que cuidando de outros seres humanos e se entregando ao serviço de forma muito humana. Portanto, dentro das demandas da maternidade, a mulher realiza sua maior potência: a de amar e servir como ninguém mais poderia. Ao ser mãe e estar presente o dia inteiro para os seus, a mulher encontra sua verdadeira essência, aquela que se identifica até mesmo com sua biologia: a de gerar, nutrir, fazer florescer. A educação dos filhos, que é essa presença aliada ao trabalho doméstico mais a sábia diligência em corrigir e ensinar, é ponto culminante de encontro da mulher com sua própria natureza, realização de sua finalidade (se bem feita!), em que ela encontrará a felicidade plena (que é aquela regada pelo sacrifício) de uma forma tão perfeita que nem ela mesma acreditará ser tão feliz.

Ainda para os filhos, não há cenário melhor do que aquele em que a mãe os trata como uma obra de arte. Não há educação melhor do que aquela feita pela mãe como um artista realiza a sua obra: trabalho diário e constante, em que o artista se senta perante sua obra logo de manhã e sai apenas de tardezinha, aperfeiçoando, criando, estudando, cuidando, enfim… trabalhando! Se parece que estar ao lado dos filhos o dia inteiro são horas perdidas, como se a mãe fosse apenas um agente passivo em meio a eles, se está vivendo um perfeito engano, uma perfeita comédia do que é a maternidade. A mãe está ali para atuar em cada pequeno detalhe do amadurecimento daquela criaturinha, percebendo suas maiores e menores qualidades e defeitos, corrigindo, ensinando de forma muito direcionada, indo atrás de uma educação perfeitamente personalizada. Ninguém melhor para fazer isso do que aquela que ama incondicionalmente, sem contratos sociais, sem salário… As mães em tempo integral são artistas de uma raça muito nobre, e que elas jamais se esqueçam disso.

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